28 outubro 2005

As sem-razões do amor

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
E nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
E com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
É semeado no vento,
Na cachoeira no eclipse.
Amor foge a dicionários
E a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
Bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
Nem se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
Feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
E da morte vencedor,
Por mais que o matem (e matam)
cada instante de amor.

(Carlos Drummond de Andrade)

Posted by Miro @ 01:08

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"Se alguém te perguntar o quiseste dizer com um poema, pergunta-lhe o que Deus quis dizer com este mundo..." (Mário Quintana)

CIÚMES
"Que incoerência, que insistência
Ciúmes do meu corpo da adolescência
De minha alma, que o tem da experiência
Que o corpo tem de vivência.
Vá entender esta impertinência"
(Miro)